FALA ARMANDO!

Mate do João Cardoso - Conto de Simões Lopes Neto

DECANTAR DA ALMA

NO DECANTAR DA ALMA,

MEU CORPO NÃO MAIS IMPORTA.

É LETRA MORTA

NO ESCREVER DOS DIAS.

O QUE REALMENTE TEM VALOR.

É A ESSÊNCIA, DIVINA,

QUE CORRE NA PALMA DE MINHAS MÃOS

QUE DESLIZA PELO MEU DORSO,

QUE EMPREGNA MINHA AURA...

MEU CORPO SUCUMBE

NO PRAGUEJAR DO TEMPO.

JÁ NÃO SOU MAIS LAMENTOS.

NEM QUEIXAS DE ESSE MUNDO...

SÓ BUSCO NO FUNDO

VIVER SEM TORMENTOS...

NA AMPULHETA DOS DIAS

QUASE NADA ME RESTA,

DEVIDO À PRESSA

COM QUE MEU CORPO SE DESFAZ;

MAS,NESTE DECANTAR DA ALMA.

O QUE ME SOBRA É A PAZ

QUE DEIXO AO PARTIR ,

POR SABER QUE APESAR DE SUCUMBIR

MINHA MISSÃO FOI CUMPRIDA

E FELIZ VOU ENTÃO

ME DESPEDINDO DA VIDA.

FÁTIMA ARMESTO

(COM OS OLHOS DA ALMA- PAG 28)

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